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#6.BTT Alportel II 15|jan|23

#6.BTT Alportel II 15|jan|23

Os dias sucedem-se vertiginosamente!
E sobre esta pressa dos dias em desaparecer num instante, há quem diga que é bom sinal porque significa que as horas que os compõem são prazerosas e preenchidas e é no sofrimento, na dor, na tristeza e na solidão que os dias se tornam longos, num tic-tac interminável, e esses ninguém os deseja.
Mas nessa vertigem da sua passagem – dos dias rápidos e bons, fica por vezes a sensação de que os minutos se evaporam na espuma dos dias e que os dias são demasiado curtos para o tanto que desejamos realizar.
Tenho a sorte de poder dizer que a maior parte dos dias que preenchem as minhas semanas são demasiado rápidos, sejam eles os que me põem a comida na mesa e pagam as despesas sejam os outros – os que sustentam a alma e esta efémera existência.

Sentado na bicicleta, no seio dos Aleijados, subindo e descendo montes e vales, todos os minutos são rápidos. Quer dizer, não é bem assim! Todas os minutos são rápidos, exceto quando as horas a pedalar se estendem no dia e o traseiro se queixa da falta de comodidade do assento e não se consegue arranjar posição que nos valha. Alportel e as suas pistas têm o dom de transformar as horas em minutos, exceto para o Dinamite e para o Ruca que continuam a contar apenas com os músculos – e às vezes à corda do Tarantino, para trepar pelas subidas mais íngremes e longas. Desta vez também o Salgadinho, em modo nostálgico, foi na cromadinha (não electrificada), mas rapidamente percebeu que é bem melhor quando temos assistência e podemos usufruir do prazer com menos (ou sem) dor.

Nesta altura do ano estes trilhos têm um encanto especial. As ribeiras ecoam o canto da água que corre apressada e quando o céu ameaça desabar há trilhos que nos levam a ter a sensação de estarmos a pedalar num outro mundo.

Trilhos que são túneis de folhagem, nos seus mil tons de verde, e que nos isolam do exterior, como se nos fundíssemos com a terra e com as árvores. Este domingo foi tranquilo, sem furos nem problemas mecânicos de especial e só mesmo o Tarantino se fundiu com a natureza e foi ao banho ao passar a ribeira. Eu molhei a meia, à moda da música popular “Ao passar a ribeirinha pus o pé, molhei a meia, pus o pé …”, mas o Tarantino fez um banho de imersão e só faltou mesmo ligar o jacuzzi e deixar-se estar no borbulhar da corrente em modo Zen.

O Almoço foi na Sociedade Recreativa Alportelense (Alportel, São Brás de Alportel), ponto de encontro habitual quando vimos para estes lados e contámos com a companhia da Átila, uma simpática cadela que só queria ir petiscando connosco e que dava a pata quando lha pedíamos. Um mimo de cadela!

Foi mais um domingo cinco estrelas: entre amigos, no meio da Natureza, tirando prazer das horas que preenchem os dias da vida!

P’rá semana há mais!

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