
#7.BTT Santa Rita 23|jan|23
E foi um domingo pelo Sotavento Algarvio, mais para os lados da serra, Santa Rita, com o mar lá ao fundo.
Para quem quiser saber um pouco mais sobre a divisão entre Sotavento e Barlavento no Algarve, pode ler este pequeno artigo no Foz Guadiana Digital.

Como a pontualidade é ponto de honra entre os Aleijados, às 9h04 lá estávamos em Vila Nova de Cacela para iniciarmos mais uma aventura pelos extraordinários caminhos deste nosso Algarve – que é muito mais do que areia e praia. Eu atrasei-me dois ou três minutos, mas o grupo sabe que o facto de não me ter perdido pelo caminho e só chegar uma semana depois do combinado é já uma grande conquista. Valeu-me o GPS!

O dia estava solarengo, mas o frio fazia-se sentir nos ossos – especialmente nas descidas mais aceleradas ou quando estávamos lá no alto dos montes e o vento perdia a timidez, mas em contrapartida podíamos apreciar a magnifica vista que estas terras nos proporcionam.

Três dos Aleijados tinham participado numa prova por estes lados no ano passado e conheciam bem os trilhos. Pelo menos era o que nós, os restantes Aleijados, pensávamos, mas parece que a memória dos três já não é o que era! Um tinha o GPS mais desorientado do que eu – já não se fazem GPS como antigamente, e as outras duas quase que se lembravam de metade do percurso realizado, mas depois percebíamos que as memórias eram apenas nevoeiro num dia de vento e as recordações eram imagens turvas de dias já esquecidos.
Fomos ao fim do mundo, Pisa Barro, onde parece que só há água quando chove!

Por entre algumas linhas de água, subidas e descidas, chegámos ao ponto alto do dia: o Restaurante Bela Vista. Ainda não era hora de almoço, mas a vitrine do frigorífico apresentava tesouros para degustar que nos saltaram à vista e não podíamos deixar passar ao lado a oportunidade de um belo repasto. Dois Aleijados queriam fazer quilómetros e lá se meteram a caminho – mais perderam! Nós os cinco deliciámo-nos com a comida e a bebida, com a amizade e com as histórias de dias vividos e por viver.

E como o tempo voa, eu tive de sair à pressa para poder chegar a casa a tempo de me despachar para a celebração do centenário da avó da minha cara metade, mas os outros quatro: o sofredor incansável nas subidas a 6%, que antes eram a 23% (Dinamite), o realizador criativo (Tarantino), a incansável e bem disposta (Cláudia) e o persistente (Salgadinho) ficaram-se pelo restaurante mais um pouco a desinfetar a garganta com o néctar da serra e a preparar-se para a continuação dos trabalhos na parte da tarde. Ouvi dizer que foi uma tarde excelente e no final só um Aleijado se aleijou, mas não foi nada de especial!

P’rá semana há mais!