#10.BTT 2em1 26|fev & 5|03|23
Quando o tempo é curto, faz-se como nos produtos de higiene – dois em um! Neste caso, em vez do tradicional Champô e amaciador, é o domingo de Albufeira que se junta ao domingo de Tavira, na mesma embalagem, para recuperar o tempo passado!
No último domingo de fevereiro a voltinha dos Aleijados foi para os lados de Albufeira com passagem pelo 46.º Cross Internacional das Amendoeiras em Flor ou como diria o Zezé Camarinha “The International Cross of amendoeiras in flower”. Com início em Faro e passagem pelo Ludo, continuamos a assistir a terrenos cinzentos do incêndio do ano passado. Uma tristeza enorme! Onde antes imperava o verde dos pinheiros, vemos agora o cinzento que subsiste, das árvores queimadas, misturado com o branco da areia como que imitando um cenário de guerra.
É a Natureza numa paleta de cores sem alegria. Já começou o desbaste de árvores queimadas, com troncos amontoados ou espalhados pelo chão, num cenário dantesco, e o ambiente desértico em nada se assemelha com o antigo oásis verde que nos piscava o olho a cada pedalada.
No meio do percurso houve lugar à adequada hidratação – menos para o Pedro que derramou sumo de cevada repetidamente! Até houve campeonato de matrecos pelo caminho! O almoço foi no restaurante Casa do Frango em Albufeira e, como o tempo era curto p’rós meus lados, nem deu para a sobremesa. Foi engolir o franguinho com piri-piri à pressa, beber um café, pegar na bicicleta, ligar o turbo e partir rumo a Faro.
Com a assistência no máximo, fiz o percurso em uma hora e picos – quase que esgotava a bateria e as pernas. Os restantes aleijados regressaram pelas falésias, à beira mar, e o pobre coitado do Dinamite – o único não eletrificado, chegou a casa com mais dores no corpo do que horas para dormir e recuperar do cansaço antes de regressar ao trabalho!
Já no primeiro domingo demarço, com o céu a prometer desabar, a aventura decorreu para os lados de Tavira, em Santa Catarina da Fonte do Bispo, para desbravar o Filet Mignon do mítico percurso “Abas da Geada”. Entre subidas, descidas, lama, pedra, muita humidade e problemas na bicicleta da Nela, até tivemos direito a uma chuvada nos últimos quilómetros que se entranhou até aos ossos. Salvou-me a muda de roupa completa para podermos finalizar no restaurante O Constantino, em Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, para o merecido repasto dos guerreiros. Entre bochechas e cozido de grão, o tempo voou.
Como a demora para a escrita destas breves palavras foi longa, e desde então a bicicleta tem estado a ganhar pó, só espero que amanhã haja lugar a mais uma sessão de convívio e terapia.
P’rá semana há de haver mais!
